Somos a Associação de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento Humano - Outro Olhar, fundada em 2008, a partir da ideologia e determinação de diversos profissionais de várias áreas do conhecimento com vasta experiência em projetos ligados ao terceiro setor.

Bem Vindos ao nosso Espaço!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Curso Cultura, Tradição e Inovação

O Tembiapo, empreendimento guarani para a comercialização de artesanato e óleos essenciais, através do projeto Nossa Aldeia: Nosso Ambiente patrocinado pela Petrobras e pelo projeto Ambiente Inteiro apoiado pela IAF, executados pela Outro Olhar, realizou de 06 a 09 de maio o curso intitulado de “Cultura, Tradição e Inovação” na aldeia de Tapixi, município de Nova Laranjeiras-PR. Estiveram presentes artesãos/as das aldeias de Rio d’Areia, Palmeirinha do Iguaçu, Limeira, Nhe’engatu, além dos artesãos/as da própria comunidade.
Foram dias de capacitação bem aproveitados. Primeiro a temática mais difícil “Gestão econômica, financeira e social do empreendimento”. Entender como funciona o negócio, desde as despesas ao lucro é importante para a transparência e confiança entre os integrantes do empreendimento, disse Antônio Carlos Guedes, assessor para a temática. Ainda de acordo com comentário de muitos, é importante saber como são feitas as coisas, por mais que seja difícil entender todos esses números. Os participantes ‘quebraram a cabeça’ com os números (vendas, custos, despesas e resultados); ao final a recompensa, o Tembiapo em seus sete meses de funcionamento em 2013 obteve um lucro de R$ 963,64, os quais foram distribuídos entre os artesãos/as proporcionalmente à sua margem de contribuição na venda bruta.

A satisfação de muitos era grande com essa ‘sobra’ distribuída, uma vez que, pela mercadoria já haviam recebido o preço de mercado, foi uma grata surpresa poder contar com esse dinheiro a mais, disseram.
O curso também contou com a presença do sr. Adir Veloso, coordenador local da Funai para Nova Laranjeiras, que alertou os artesãos/as sobre a importância e benefícios de se fazer a nota de produtor, assim como esclareceu as dúvidas sobre os trâmites para se fazer essas notas. Foi comentado da dificuldade enfrentada em alguns municípios em que os profissionais das secretarias de agricultura se negam ou agem com preconceito, fazendo afirmações como “índio não precisa de nota de produtor”. Adir reafirmou que fazer a nota de produtor é um direito, que não é para se intimidarem e fazerem valer seu direito.

Na parte da oficina de desenvolvimento de peças e qualidade se comentou sobre a importância de fazer com qualidade e bom acabamento, isso desde a colheita/coleta da matéria prima (observar a lua certa, etc) até a organização do produto final para a venda. Comentado também da preferencia por usar matérias primas regionais e naturais, além da necessidade de começar a cultivar espécies (não apenas coletar) pensando na produção sustentável do artesanato.
E como ponto forte da oficina o desenvolvimento de novos designers para colares e brincos, novas peças como cintos e bolsas, pensando em,  em breve, lançar os ‘acessórios guaranis’. Ao final, o planejamento da produção para os próximos meses e os acordos para as bonificações para quem criar novos produtos.

O empreendimento e seus artesãos/as estão de parabéns pelos resultados já alcançados em 2013 e pelo compromisso e criatividade na atividade!


terça-feira, 13 de maio de 2014

Interação Cultural e Produtiva

No dia 16 de abril os grupos produtivos das plantas medicinais e aromáticas das comunidades guaranis de Koe Ju Porã, Nhe’engatu, Limeira, Palmeirinha do Iguaçu, Rio d’Areia e Tapixi, que participam do projeto Nossa Aldeia Nosso Ambiente patrocinado pela Petrobras, visitaram o grupo de agricultoras do Rio Pratinha, no município de Santa Maria d’Oeste-PR.
Durante a viagem de ida algumas adversidades: a chuva que havia caído no dia anterior somada às condições não boas da estrada, interromperam a viagem de ônibus que não conseguiu transpor o ‘atoleiro’. Porém, determinados, todos seguiram os 3 km restantes a pé, inclusive uma mãe com uma criança de poucos meses [contou com a solidariedade dos demais para carregar o bebê].
A recepção compensou o esforço da caminhada, as mulheres do Rio Pratinha aguardavam o grupo com um farto café da manhã. Depois da recepção, formou-se uma grande roda de conversa, as apresentações para que todos pudessem saber de onde e o que fazia cada um. Na sequencia uma boa conversa sobre o cultivo das plantas, época de plantio e colheita, rendimentos e tratos culturais; além da história de persistência e conquista das mulheres no cultivo das plantas.

Teve ainda uma colheita coletiva de ‘cidró’ para a demonstração da extração do óleo essencial. Novamente o grupo anfitrião surpreendeu com um delicioso almoço. Enquanto isso a extração seguia e todos observando com muita atenção.
Pela tarde, uma pequena exposição dos produtos que as mulheres do Rio Pratinha fazem: sabonetes aromáticos, sabão líquido, águas de cheiro e outros; o que gerou inclusive um pequeno comércio.

Na despedida, o reconhecimento mútuo dessa interação, os visitantes guaranis e as visitadas (mulheres agricultoras e suas famílias), com depoimentos de agradecimento e emoção da oportunidade aproveitada de se conhecer e interagir entre culturas diferentes, porém com objetivos semelhantes, fazer do cultivo das plantas medicinais e aromáticas também uma fonte de renda para as famílias. Nas palavras do sr. Natalício de Tapixi “que Nhanderu, que é só um, acompanhe vocês e nós também”.