Somos a Associação de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento Humano - Outro Olhar, fundada em 2008, a partir da ideologia e determinação de diversos profissionais de várias áreas do conhecimento com vasta experiência em projetos ligados ao terceiro setor.

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Oficina de Sabores


Uma pessoa famosa, de quem não lembro o nome, falou assim: “A gente é o que a gente come”... Se isso é verdade, na noite do dia 12 de dezembro no Centro de Formaçao Juan Diego, a mescla de comidas e sabores juntou culturas e indivíduos.
A “oficina de sabores” foi uma das atividades de Formando em Rede, formação elaborada para um grupo de 24 jovens (meninos e meninas) guaranis, que, durante as várias etapas, se aproximam dos instrumentos da investigação social, aprendendo e fazendo experiências de metodologias de análise, tornando-se atores sociais que definem e concretizam um projeto para o futuro da comunidade a qual pertencem.
Os participantes provêm das aldeias que a Outro Olhar realiza suas atividades, são elas: Añetete, Koe Jú Porã, Kuaray Guatá Porã, Tekoha Ocoy, Pindoty - Palmeirinha do Iguaçu, Rio D’Areia, Tapixi-Lebre no estado do Paraná e Aldeia Limeira no estado de Santa Catarina.
Na preparação da oficina, Eu (Federica) e Paul achamos que a reflexão sobre a cultura da comida e os modos tradicionais de preparo poderia ser, para os participantes, um meio de trabalharmos sobre a questão cultural e a consciência da própria identidade. O que pode parecer estranho é que os meninos e as meninas começaram cozinhando comidas da Italia e da França. Mas na verdade, com a consciência de quem eu sou adquire-se através do conhecimento de quem o outro é, assim a ação de compartilhar as comidas foi um passo para a construção de um intercâmbio e de uma relação entre pessoas. Então, o encontro entre comidas foi um encontro entre indivíduos diferentes, mas curiosos pra se conhecer melhor e tirar enriquecimento a partir dos demais.
Depois de uma breve introdução sobre as receitas e a atuação da oficina, eu e Paul começamos a dividir e organizar os grupos de trabalho. Os meninos preferiram cozinhar a pizza, a maioria das meninas o doce de chocolate.
O “grupo pizza” começou a atividade preparando a massa (que demora 3 horas para fermentar) e depois os ingredientes do recheio das pizzas: legumes, queijos (mussarela, provolone e gorgonzola, que contém pequenos fungos, e que no começo assustou bastante os participantes, mas depois eles experimentaram e descobriram que é muito bom!), presunto, rúcula, atum, azeitonas, linguiça, etc.
As fotos mostram que os meninos estenderam a massa… como verdadeiros pizzaioli! A massa foi colocada nos tabuleiros e recheada primeiro com molho de tomate. A grande variedade de ingredientes para escolher estimulou sua criatividade e fez surgir muitas combinações diferentes, imaginativas, fantasiosas, talvez estranhas e divertidas!!
As meninas preparam o mousse de chocolate, com a ajuda de Paul, Sandra, Silmara, Maria Lucia! Primeiro, elas fundiram o chocolate (cortado em pequenos pedaços) em banho maria. A seguir elas dividiram as gemas dos ovos (misturadas com açúcar) e as claras (bateram com uma batedeira). Depois, a nata também foi batida e a manteiga misturada com o chocolate. No final, todos os ingredientes foram juntados, mesclando suavemente. Depois foi colocado na geladeira durante algumas horas e depois comemos com bolachas.
As meninas foram curiosas pra aprender cozinhar algo novo; elas também cozinharam duas comidas guaranis e explicaram as receitas.
Os participantes se divertiram muito, a atividade foi apreciada porque envolveu de modo prático, “com as mãos”, levando-os a interagir e trabalhar juntos pelo preparo do produto final, mas também os estimulou a perguntar sobre como avançar e sugerir novos ingredientes e experimentar.
Talvez não muitas pessoas imaginam que vários ingrediente a gente usou... e que hoje em dia são ingredientes importantes em famosas receitas (italianas e francesas também), chegaram na Europa viajando nos navios dos exploradores que estiveram na América do Sul. Feijão, batata, abóbora, milho, pimentão, tomate e chocolate!
Refletir sobre isso é importante para entender o seguinte: intercâmbios e encontros entre mundos diferentes podem criar enriquecimento também na cozinha!
Ainda hoje, os alimentos viajam, assim como as pessoas. Os meninos e as meninas guaranis gostam do macarrão (pasta) e para muitos deles è a comida favorita; eu, Federica e Paul chegamos ao Brasil, onde começamos experimentar feijoada, churrasco, farofa, pastel… e o que mais?
Agora resta apenas dizer: vamos comer!
Por: Federica Feola - SVE- Serviço de Voluntariado Europeu/Joint

Atividades Artísticas


Os Guaranis das aldeias que fazem parte do projeto Formando em Rede gostam de ARTE... Podemos olhar com facilidade o modo de se expressarem no meio artístico, que é incluído na sua cultura.
A ideia de mesclar uma arte nova, o grafite, com novos objetos como o spray e símbolos tradicionais da cultura indígena Guarani, foi bem produtiva, e os jovens gostaram muito de poder mostrar e expressar sua arte com um novo modo de pintar. A oficina de arte mesclou a arte contemporânea com os traços da cultura Guarani.

Por: Paul Speisser - Serviço Voluntário Europeu – SVE/Joint

Curso Formando em Rede Módulo III


Os jovens do curso Formando em Rede reuniram-se para a realização do terceiro módulo do curso que aconteceu de 10 a 14 de novembro de 2012 junto ao Centro de Formação Juan Diego.
 As principais atividades realizadas foram a apresentação e sistematização dos diagnóstico social e ambiental, produzidos pelos próprios jovens, com dados coletados em suas comunidades.
Foram momentos de construção e debate, onde dados valiosos que serão utilizadas na elaboração de propostas de desenvolvimento puderam ser mensurados e transformados em informação que embasarão materiais e pesquisas futuras, sendo uma memória da real situação das comunidades Guaranis da Rede Solidária Popyguá.
Ainda receberam subsídios sobre a elaboração de projetos e desenvolvimento de propostas para a melhoria das condições de suas comunidades e familiares. Nesse módulo os jovens contaram com a colaboração de Ananias Jexaka Veríssimo que é professor indígena e cacique da aldeia Lebre, Ananias falou sobre a sua experiência na gestão da comunidade e reforçou a importância dos jovens na participação em cursos como este e na atuação junto as suas comunidades.
Enfatizou a preocupação com o fortalecimento da cultura, reforçando o quão valioso é manter a língua materna, as cerimônias e costumes de cada povo, aliado a isto destacou a importância de termos materiais escritos, pesquisas, livros e trabalhos acadêmicos sobre a cultura e também sobre a real situação que os povos guaranis se encontram.
Também neste módulo os jovens tiveram momentos de trocas culturais que enriqueceram várias culturas, num primeiro momento expressaram através da pintura em grafite, traços da cultura guarani, a atividade foi organizada pelos voluntários do SVE – Serviço de Voluntariado Europeu, Paul e Federica.
Num segundo momento, através dos alimentos, foram confeccionados alguns dos pratos típicos da cultura guarani como: o beiju, reviro e xipá, que foram preparados pelas jovens guaranis. A oficina de sabores foi organizada pelos voluntários Paul e Federica, do Serviço de Voluntariado Europeu- SVE, que também mesclaram pratos típicos de seus países: pizzas e mousse e todos se divertiram criando e experimentando novos sabores.
Sem dúvida foram momentos muito agradáveis e de muita troca de informação e conhecimentos construídos e repassados e que servirão como base para o próximo módulo do Formando em Rede.
A primeira fase do Formando em Rede será finalizada em março de 2013 com a apresentação das propostas de desenvolvimento e elaboração de apostila contendo as informações e materiais produzidos no decorrer do curso.
Por: Silmara Aparecida Waledorff - Equipe Outro Olhar