Somos a Associação de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento Humano - Outro Olhar, fundada em 2008, a partir da ideologia e determinação de diversos profissionais de várias áreas do conhecimento com vasta experiência em projetos ligados ao terceiro setor.

Bem Vindos ao nosso Espaço!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ODM- Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Representantes da Outro Olhar e da Rede Solidária Popyguá vem participando deste maio deste ano de atividades em parceria com o SESI Guarapuava de atividades referentes aos ODMs.
Neste período foram realizadas atividades nas aldeias de Rio d’Areia, nesta ocasião além da construção de um conjunto de lixeiras com tambores em plástico doados pela colaboradora GRT- Óleo vegetal, contamos com a presença do representante da secretaria municipal de agricultura de Inácio Martins-PR, Sr. Osmar.
A reunião foi no sentido de estabelecermos parceria com prefeitura municipal para a coleta seletiva de lixo ser realizada na aldeia de Rio d’Areia. 
Já na aldeia de Palmeirinha do Iguaçu- Chopinzinho foi retornado para a realização de palestra sobre a importância da reciclagem, conduzida pelo jovem Jocélio Ryzy - Técnico em Meio Ambiente. Da mesma forma a intenção é firmar novas parcerias, sendo assim ficou o indicativo de conversar com a prefeitura de Chopinzinho para o desenvolvimento de atividades em conjunto.
Ainda dois técnicos da Outro Olhar, Edenilson e Silmara participaram de Curso para Capacitação de multiplicadores dos ODMs, realizado em Outubro de 2014 em Brasília.
Ainda participamos do Congresso Nacional pelo Movimento Nacional Cidadania e Solidariedade, realizado em Belo Horizonte no mês de novembro, no qual foram apresentados alguns avanços nos 10 anos de movimento. Bem como a agenda pós 2015 na qual foram apresentados os 17 ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que irão suceder os ODM.

Recentemente nos dia 02 e 03 de dezembro de 2014 participou-se do congresso paranaense, promovido pelo do SESI Paraná e tendo como tema “A Caminhada dos ODM no Paraná e a Agenda Pós-2015″. O evento contou com a presença de instituições que trabalham principalmente em ações que contribuem para erradicar a fome e a miséria, por meio dos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O objetivo foi mostrar os resultados alcançados no Estado e discutir metas para os próximos anos.

FORMANDO EM REDE

O curso Formando em Rede teve seu último módulo realizado entre os dias 25 e 28 de Novembro de 2014, no Centro de Formação Juan Diego, em Guarapuava.
Através do Teatro do Oprimido, Sandra e Glória interpretaram uma peça teatral com a temática do alcoolismo. De forma bastante enfática chamando a atenção para os problemas que são ocasionados pelo álcool. Ao final um debate sobre as consequências de suas atitudes se elas podem ter sempre um final trágico ou se podem ter um final feliz. Timidamente após uma reflexão os jovens manifestaram suas opiniões.
O módulo teve como temática principal Terra: Nossa Casa Comum. A temática do desenvolvimento local foi trabalhada exaustivamente com textos, releituras, leituras e reflexões até resultar na definição de desenvolvimento para os jovens do Formando em Rede, sendo: Entendemos que a sustentabilidade é todos trabalhado juntos para melhorar a qualidade de vida. Buscar soluções para produzir alimentos saudáveis. Compartilhar a experiência de trabalho em sociedade, sem causar danos ao meio ambiente. Respeitar o meio ambiente realizando uma produção saudável, também viver em harmonia com a natureza, porque sem ela não teremos como manter nossa cultura e tradição, viver junto a ela, cuidar dela. Sem a natureza não conseguiríamos nem respirar.

Com o intuito de melhorar e manter o uso da Terra pelos jovens indígenas também estão sendo trabalhadas as questões relacionadas a meio ambiente e sustentabilidade das florestas desta forma a aumentar as possibilidades da permanência dos jovens em suas aldeias, com renda e dignidade.
Para auxiliar nas reflexões foi abordada a temática da agroecologia passando pelos agrotóxicos, chamando atenção para o que comemos todos os dias. Com pesquisas e estudos destacou os principais produtos contaminados que ingerimos alguns deles: alface, tomate, pimentão, abacaxi. Na sequência destacou alguns inseticidas naturais que podem ser utilizados como repelentes de pragas nos cultivos como o crisântemo e o purungo, este último presente na maioria das aldeias.
O encerramento do Formando em Rede foi um Lual com degustação de comidas típicas Guarani e Italiana. Entre os pratos guarani o Mbjape foi o principal e a Brusqueta a italiana. Para animar o Lual recebemos a visita dos músicos do projeto Ex-Guia, seguido pelos jovens que tocaram e cataram músicas guaranis.

Curso Agentes Ambientais e Desenvolvimento


O curso Agente Ambientais e Desenvolvimento, organizado a partir do projeto Tekoha Sustentável teve uma etapa extra que aconteceu entre os dias 25 e 28 de novembro na qual os participantes puderam tirar as suas dúvidas em relação ao plano de negócio que havia sido trabalhada no encontro anterior. A orientação foi realizada por Antonio Carlos Guedes que relembrou conceitos de empreendedorismo e motivou os participantes a desenvolverem as suas ideias.
As propostas de empreendimento elaboradas seguem diferentes linhas, mas sempre observando a demanda local e viabilidade de implementação. Entre elas: o Turismo Social; Criação de Galinhas para Comercialização de Carne e Ovos; Comercialização de Frutas e Verduras e Artesanato voltado para a produção de Bio joias.
Ainda visando à questão ambiental e a sustentabilidade das comunidades realizou-se visitas a campo para acompanhar alguns modelos de produção e cultivo.
Inicialmente a visita aconteceu na secretaria municipal de meio ambiente de Guarapuava - PR na qual foi possível acompanhar a produção de mudas nativas e de flores, pensando que pode ser uma possibilidade/alternativa para geração de renda nas aldeias.

Em seguida visitamos o Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro, no qual pudemos conhecer a horta orgânica, onde são produzidos alimentos para os alunos do colégio. Todo o processo de cultivo é desenvolvido de forma orgânica, com uso de bio fertilizantes e compostagem com o reaproveitamento de palhas, cascas e outros resíduos.
Na sequência conhecemos a criação de galinhas poedeiras em dois modelos: o primeiro no sistema convencional, onde as aves ficam em gaiolas e sem poder sair do local, completamente fechadas. No segundo conhecemos a criação extensiva no qual as galinhas ficam soltas em um galinheiro e podem sair pastejar em um cercado com árvores e capim. Este segundo é a forma que entendemos ser a melhor, pois as aves podem estar mais livres e viver de forma mais parecida com seu habitat natural. Explicou que este sistema está sendo implantado no colégio, que busca cada vez mais desenvolver seus cultivos e criações de forma orgânica.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Relato sobre a participação à reunião e à janta Slow Food pelo projeto “Favela Orgânica”, Curitiba, PR

No dia 15 de dezembro 2014, Edenilson e eu participamos a uma reunião em Curitiba, organizada pelo Slow Food Paraná. A Slow Food é uma organização que nasceu nos anos oitenta na Itália, e é presente em cento e cinquenta países do mundo. O objetivo é valorizar e preservar a comida local e o alimento que tem que ser “bom, limpo e justo”. De fato, a SF não só apoia uma comida saudável e de boa qualidade: ela deve ser também sustentável pelo meio ambiente e com preços acessíveis para os consumidores, além de ter condições econômicas e sociais justas para os produtores.
Participaram várias pessoas envolvidas com Slow Food Brasil, como Carina Biancardi e também uma menina de Slow Food International, a italiana Valentina Bianco. Foram apresentados alguns vídeos, um falava sobre a importância da preservação da biodiversidade animal e vegetal no planeta, o outro apresentava o projeto “Disco Xepa”, para convidar as pessoas a utilizar inesperadas partes do alimento com o fim de reduzir drasticamente o desperdício da comida enquanto as cifras da fome são alarmantes. Além disso, o pessoal falou também da “Arca do Gosto”, um projeto que tem o fim de preservar a comida, as técnicas para prepará-la, e os ecossistemas que estão em risco de extinção. No site do Slow Food Brasil tem uma lista com todos os alimentos do Brasil que entraram na Arca do Gosto.
À noite, o Edenilson voltou para Guarapuava, mas eu tive a possibilidade de ficar em Curitiba para participar da oficina da Regina Tchelly, representante de Slow Food de Rio de Janeiro. Em particular, a oficina do projeto “Favela Orgânica” tinha o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a obsessão do mundo ocidental que o alimento tem que ser bonito para ser consumado, e que algumas partes não podem ser comidas. Ela demostrou o contrário: na verdade, cozinhar usando, por exemplo, a casca da fruta é possível, é só questão de inventiva e criatividade. Para mim foi uma experiência totalmente nova, não só por causa da comida gostosa apesar de ser “estranha” mas também porque, pela primeira vez na vida, trabalhei diretamente na cozinha como ajudante dos chefes da equipe da Regina. Posso assegurar que foi muito divertido quanto gratificante, ver como o alimento transforma-se em convívio, conscientização e conhecimento. Nunca ia imaginar que ia cozinhar e comer uma ótima farofa com casca de banana... E nem de ser aplaudida com os outros chefes profissionais só por ter cortado algumas cebolas!
Ainda uma vez obrigada pela aventura e espero que estaremos em contato para qualquer outra experiência gastronômica cheia de boas pessoas e bom vinho!
Até logo,


Gloria Bayma – voluntária SVE

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Olhar com os Olhos, sentir com o Coração e Pensar com a Razão

Uma das coisas mais importantes para quem quer ou se dispõe a conhecer, descobrir, viver coisas novas ou culturas diferentes é despir-se de 'pré conceitos', abrir os olhos e o coração, liberar todos os sentidos para a experiência.
Imagino que tenha sido essa a motivação da professora Fernanda Ikulta do Campus da Unicentro de Irati quando desafiou a turma de Geografia a fazer uma vivência com a comunidade quilombola e com a comunidade guarani.
O dia com a comunidade guarani começou cedo, uma viagem de um pouco mais de uma hora, de Guarapuava até a aldeia de Palmeirinha do Iguaçu, onde o grupo do Tembiapo e as lideranças esperavam o grupo, com curiosidade e expectativa, talvez recíproco por parte dos jovens que estavam na viagem.
Perguntando daqui e dali muitas coisas foram reveladas sobre o modo de ser guarani, entre as primeiras, o significado das pinturas decorativas na escola, que fazem menção aos quatro deuses principais enquanto rosa dos ventos.
Depois da escola, uma pequena caminhada subindo o morro e chegando ao Piai, para encontrar a loja de artesanato do Tembiapo da Palmeirinha do Iguaçu. As artesãs ainda um pouco tímidas, mas orgulhosas em poder expor e comercializar suas lindas peças de artesanato com traços tradicionais e também modernos, redesenhando peças de decoração e biojoias. Encantando os olhos dos visitantes.
A parada seguinte foi na Opy'i, traduzida como 'casa de reza', o lugar mais sagrado e importante da aldeia, lá esperavam os visitantes um almoço tradicional preparado com todo carinho para aprofundar o relacionamento entre 'estudantes jiruas' e o modo de vida guarani. No cardápio: canjica com carne de porco (já que a caça não é mais abundante), xarope de mel e mbojape.
Enquanto as xaris e as xondarias (senhoras e moças) terminavam de preparar o alimento, as lideranças da comunidade puxaram uma conversa com os estudantes e com a professora sobre os interesses, responsabilidades que a profissão traz, aflorando um pouco da angustia da comunidade que espera deixar de ser invisível, como hoje é para muitas pessoas e profissionais.
Enfim o almoço, particular e saboroso!
 Para agradecer e mostrar um pouco do que mantém o modo de vida guarani até hoje, as cerimônias e a vivência na opy'i, o grupo cultural, formado principalmente por crianças, adolescentes e jovens, sob a coordenação do sr. João Ribeiro, apresentou cantos e danças, começando por uma de boas vindas e um convite para compartilhar e participar da vida local, passando pelo agradecimento ao grande Nhanderu pela vida e pela experiência.
Despedidas ao sair da opy'i, gostinho de quero mais; aos fortes e resistentes, mais uma pequena caminhada, acompanhados pela jovem Suzana de Quadros até sua casa para conhecer o plantio de plantas medicinais e também a agrofloresta.




A volta ao ônibus, a viagem de retorno. Experiências vividas, algumas mais profundas que certamente influenciarão as escolhas de futuros profissionais, outras talvez mais superficiais que serão esquecidas.
A cada dia construímos nossa história!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Feira "Inspira-Luz" em Curitiba, 13-14 Dezembro 2014.



Nos dias 13 e 14 de dezembro o Edenilson e eu fomos para Curitiba para participar da feira “Inspira-Luz”, no Centro de Criatividade do parque São Lourenço. Fomos de ônibus e transportamos um monte de artesanato guarani: brincos, cestarias, colares, arcos e flechas, bichinhos, chocalhos... Estávamos cheios de caixas e de medo: não sabíamos para onde começar para transferir tudo no Hotel e depois na feira. Tiveram alguns momentos de tensão pela responsabilidade, felizmente a gente deu muita risada e, no final, deu tudo certo!
No primeiro dia, sábado 13, chegamos no Centro de Criatividade e encontramos os organizadores da feira que nos ajudaram fornecendo o espaço, uma mesa para expor os artigos artesanais e duas cadeiras onde sentar. A superfície era muito apertada, mas foi o suficiente para colocar os objetos em maneira legal! As vendas foram bastante boas, mas o melhor de tudo era o ambiente. De fato, era cheios de vendedores que criavam, com as próprias mãos, diferentes coisas: lindas saias de patchwork, várias joias, óleos essenciais, vestidos, gostosos sanduiches naturais... Todas as pessoas foram muito amigáveis e gentis conosco, além de ser curiosos de verdade sobre as atividades da Outro Olhar e sobre a cultura guarani. Muitos já visitaram uma aldeia ou tiveram contato com alguns rituais, como por exemplo, a reza com o cachimbo.
Edenilson teve a possibilidade de explicar melhor alguns aspectos da cultura conversando com pessoas diferentes, que eram cheios de perguntas e realmente interessadas em escutar. Nós adoramos ouvir a música que teve quase toda a hora e, de vez em quando, passear para visitar os outros artesãos para bater um papo, comer um doce ou receber uma massagem para alinhar os chacras com os cristais.
Em particular, o espaço era cheio de pessoas que trocaram conosco experiências diferentes, e em algum casos, incríveis... Por exemplo, conhecemos uma moça, Myria, que ficou no nosso coração porque fugiu da guerra na Síria com a sua família. Na feira ela vendia alguns vestidos e algumas joias, mas o seu talento maior é o talento musical. De fato, além de poder escutar a sua comovente experiência de vida, tivemos a sorte de poder ouvir um concerto de música siriana que ela, seu irmão e sua cunhada fizeram tocando instrumentos típicos. Emocionante. Obrigada por ter compartilhado estes momentos tão intensos.
Queremos agradecer a Renata que nos deu o contato para participar à feira e que alegrou o cansaço da feira com os seus saborosíssimos bolinhos de amendoim. Obrigada também à Malka, a amiga que costura saias maravilhosas e com quem, no sábado, fomos passear pelo centro de Curitiba! Nunca vamos esquecer os prédios bonitos e o inesperado e divertido banho de chuva que nos surpreendeu...
Lembraremos de todos vocês com muito carinho!
            

Gloria Bayma e Edenilson