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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Curso Cultura, Tradição e Inovação

O Tembiapo, empreendimento guarani para a comercialização de artesanato e óleos essenciais, através do projeto Nossa Aldeia: Nosso Ambiente patrocinado pela Petrobras e pelo projeto Ambiente Inteiro apoiado pela IAF, executados pela Outro Olhar, realizou de 06 a 09 de maio o curso intitulado de “Cultura, Tradição e Inovação” na aldeia de Tapixi, município de Nova Laranjeiras-PR. Estiveram presentes artesãos/as das aldeias de Rio d’Areia, Palmeirinha do Iguaçu, Limeira, Nhe’engatu, além dos artesãos/as da própria comunidade.
Foram dias de capacitação bem aproveitados. Primeiro a temática mais difícil “Gestão econômica, financeira e social do empreendimento”. Entender como funciona o negócio, desde as despesas ao lucro é importante para a transparência e confiança entre os integrantes do empreendimento, disse Antônio Carlos Guedes, assessor para a temática. Ainda de acordo com comentário de muitos, é importante saber como são feitas as coisas, por mais que seja difícil entender todos esses números. Os participantes ‘quebraram a cabeça’ com os números (vendas, custos, despesas e resultados); ao final a recompensa, o Tembiapo em seus sete meses de funcionamento em 2013 obteve um lucro de R$ 963,64, os quais foram distribuídos entre os artesãos/as proporcionalmente à sua margem de contribuição na venda bruta.

A satisfação de muitos era grande com essa ‘sobra’ distribuída, uma vez que, pela mercadoria já haviam recebido o preço de mercado, foi uma grata surpresa poder contar com esse dinheiro a mais, disseram.
O curso também contou com a presença do sr. Adir Veloso, coordenador local da Funai para Nova Laranjeiras, que alertou os artesãos/as sobre a importância e benefícios de se fazer a nota de produtor, assim como esclareceu as dúvidas sobre os trâmites para se fazer essas notas. Foi comentado da dificuldade enfrentada em alguns municípios em que os profissionais das secretarias de agricultura se negam ou agem com preconceito, fazendo afirmações como “índio não precisa de nota de produtor”. Adir reafirmou que fazer a nota de produtor é um direito, que não é para se intimidarem e fazerem valer seu direito.

Na parte da oficina de desenvolvimento de peças e qualidade se comentou sobre a importância de fazer com qualidade e bom acabamento, isso desde a colheita/coleta da matéria prima (observar a lua certa, etc) até a organização do produto final para a venda. Comentado também da preferencia por usar matérias primas regionais e naturais, além da necessidade de começar a cultivar espécies (não apenas coletar) pensando na produção sustentável do artesanato.
E como ponto forte da oficina o desenvolvimento de novos designers para colares e brincos, novas peças como cintos e bolsas, pensando em,  em breve, lançar os ‘acessórios guaranis’. Ao final, o planejamento da produção para os próximos meses e os acordos para as bonificações para quem criar novos produtos.

O empreendimento e seus artesãos/as estão de parabéns pelos resultados já alcançados em 2013 e pelo compromisso e criatividade na atividade!


Um comentário:

  1. Muito bom essa troca de experiência entre os artesãos de diferentes aldeia, porque só assim os guarani vão conseguindo e ganhando o seu benefício para o sustento da família, também para manter a cultura, e para que outra geração consigam preservar a tradição futuramente

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