Entre os dias 31 de maio e 03 de
junho de 2016, realizou-se junto ao Centro de Convivência Itakora, o encontro
da Rede Solidária Popyguá apoiado pela IAF- Fundação Interamericana, através do
projeto Ambiente Inteiro: Terra Indígena da Cabeça aos Pés.
A temática principal deste
encontro “Alimentação,
Agricultura e Agrofloresta” trabalhada por Sandra Konig, com o
objetivo de refletir sobre os alimentos tradicionais e saudáveis, a relação
destes com as agroflorestas e o seu potencial, tanto para alimento enquanto para soberania alimentar das comunidades, além da oportunidade de geração de renda.
As reflexões foram a cerca do que está sendo produzido e consumido
nas aldeias na atualidade. Considerações importantes foram levantadas e
questionamentos de o porquê os alimentos tradicionais vem perdendo espaço na ‘mesa’
dos guarani. Muitos disseram que a praticidade dos alimentos prontos e industrializados vem ganhando espaço principalmente entre as novas gerações, pela facilidade no
acesso, muitas vezes por comodidade e pelo assistencialismo praticado por muito
tempo e ainda presente (cestas básicas).
Ao longo dos anos a prática da
monocultura chegou até essas comunidades, com ela o uso de agrotóxicos e outras práticas
danosas ao meio ambiente; desta forma deixaram de produzir seus alimentos
tradicionais. Algumas das comunidades inclusive perderam suas sementes tradicionais, ou já não são mais tão puras como antigamente; dificultando o cultivo.
Durante o evento muitos exemplos
foram trabalhados demostrando que é possível nos alimentarmos de forma mais
saudável e principalmente produzindo grande parte do que consumimos.
Seja pela realização de cultivos
por meio de agroflorestas ou por plantios agroecológicos, sem uso de
agrotóxicos e outras substância que prejudiquem o solo e o meio ambiente como
um todo.
Nos dias do evento assumimos o desafio e foram preparados e consumidos alimentos tradicionais, como a batata doce assada, mandioca assada, reviro,
canjica, abóbora assada e outros alimentos retirados diretamente dos quintais como
é o caso da folha de tansagem refogada.
Entre as reflexões dos
participantes o relato de Celso Alves de Tekoha Ocoy, que disse: “na aldeia as pessoas mais velhas desenvolvem
as suas lavouras e que tentam preservar as sementes tradicionais”. Também Ângelo da aldeia de Tapixi, na avaliação fez sua reflexão mencionando que "esse encontro me tocou", e se propôs a incentivar o
cultivo tradicional formando um grupo de jovens e adolescentes para fazer
mutirões para cultivar espécies tradicionais, incentivar mais famílias.
Novos horizontes para fazer da 'comida' alimento: para o corpo, para o ambiente e para a alma!
Novos horizontes para fazer da 'comida' alimento: para o corpo, para o ambiente e para a alma!
por: Silmara Ap. Walendorff
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