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terça-feira, 14 de setembro de 2021

Impressões e reflexões de um nhemboaty, nhemongeta porã kunhangue reve

Impressões e Reflexões de um belo encontro entre mulheres

Conhecer para compreender e poder somar é a premissa para qualquer colaboração que pretenda ser genuína. O Coletivo Cláudia da Silva, sendo interseccional, procura se aproximar dos diferentes feminismos. E um deles é o feminismo indígena, quase nada conhecido por nós. Surgida a oportunidade, antes mesmo de leitura teóricas, estamos conseguindo realizar atividades com grupos de mulheres indígenas Guarani [Outro Olhar e Coletivo Cláudia da Silva].


No ano de 2020, Outro Olhar e Coletivo Cláudia da Silva, realizaram um mês de publicações com mulheres Guarani das aldeias da Rede Solidária Popyguá, como forma de mostrar e conhecer os rostos e as histórias; por entenderem que há uma invisibilidade estrutural. Junto a essas postagens foram realizadas rodas de conversas e ‘entrevistas’ online, durante todo o mês de setembro; foi lindo de ver, emocionante sentir as emoções decorrentes das lutas, da força, da resistência. E abriu ali uma possibilidade de seguir com as interações.

2021 iniciou ainda sob a pandemia que entra em período agora que a fome bate à porta de muitas famílias. Não é nosso objetivo principal fazer ações emergenciais nessa linha, porém diante da situação, não podemos nos omitir, então, quando possível, estamos arrecadando alimentos, roupas, produtos de higiene, limpeza que são doados para famílias em Guarapuava e algumas aldeias Guarani.

Através do Instituto C&A o Coletivo Cláudia da Silva conseguiu a doação de 80 cestas de alimentos, as quais foram distribuídas entre famílias em Guarapuava e as aldeias de: Monjolinho, Palmeirinha do Iguaçu, Amba Tenonde e Koe Ju Porã.

Seguindo na linha de conhecer um pouco mais as diferentes realidades, integrantes do Coletivo Cláudia da Silva e Outro Olhar organizaram uma atividade com as mulheres da aldeia guarani de Koe Ju Porã, TI Marrecas, município do Turvo. Esse encontro de bom acolhimento, partilhas foi extremamente gratificante.

Na conversa orientada por uma dinâmica, foi possível perceber que, apesar de o modo de viver ser diferente, há 'gostares' semelhantes: gostar de comer comidas preferidas; de ter, estar, conviver com a família e amigos; de ter atividades de lazer no nosso lugar de vida. Assim como os medos tem semelhanças: a situação atual do país; os rumos políticos; a perda de direitos; a violência do Estado e das pessoas; a falta de recursos e a fome. Para além dos medos e dificuldades, algumas alegrias comuns: ter a família próxima; conviver com amigos; ter os alimentos preferidos para comer; poder vivenciar para o fortalecimento da cultura, da língua materna, de ir na Opy’i; compartilhar bons momentos em grupo ou em comunidade.

Partindo dos pontos comuns, motivadas pela vontade latente de poder realizar ações para proporcionar alegria; ajudar a superar os medos e garantir direitos básicos e direitos à vida será realizada uma roda de conversa com outras duas aldeias: Palmeirinha do Iguaçu e Monjolinho, que contará também com representantes do Movimento das Mulheres Camponesas e das participantes do Coletivo Cláudia da Silva para conhecer, aproximar, interagir e construir caminhos conjuntos.

Por Para Katu - Tekoa Koe Ju Porã
Ara Ju - Outro Olhar

OBS:

Rede Solidária Popygua, aldeias participantes: Koe Ju Porã, Rio d’Areia, Palmeirinha do Iguaçu, Limeira, Pinhal, Tapixi, Ocoy, Vya Renda, Guaviraty, Kuaray Guatá Porã.
TI –Terra Indígena
Opy’i – Casa cerimonial Guarani






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