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quinta-feira, 26 de julho de 2012

O céu estrelado da aldeia

Quando demos carona a Adenilson para o colégio da Ibema ele falou da possibilidade de irmos à Koẽ Jú Porã no fim de semana, onde estava organizada uma visita da aldeia Lebre para um jogo de futebol entre duas equipes guaranis. Nossos olhos se iluminaram e começamos a fazer perguntas se era certo se podíamos ir no dia seguinte, porque não acreditamos quando ele falou.
Compreendemos imediatamente a riqueza da oportunidade de passar um dia e uma noite sozinhos com as duas comunidades para viver juntos este momento de encontro.
Chegamos sábado (30/06/2012) depois do almoço na terra indígena graças a uma carona que nosso bom amigo de Turvo nos deu. Andando, entramos na Aldeia e vimos primeiramente o campo de futebol. Veio nos encontrar a filha mais velha do cacique, mas com um pouco de receio por sermos estrangeiros. Seguimos ela a fim de encontrar seu pai que estava vendo o jogo junto com o Xamoi da aldeia Lebre. Então as equipes das duas aldeias estavam jogando bola.
Levamos conosco doces para as crianças, mas todo mundo gostou!! Ficamos vendo todo o jogo ao lado do cacique e Xamoi quase como sendo um ritual da entrada na aldeia para ser aceito e visto pelas duas comunidades. Terminando o jogo foi o momento para jogarmos juntos com os meninos de Koe Ju Porã contra os meninos de Lebre. Muito felizes jogamos com eles. Depois foi o horário do jogo das meninas muito guerreiras. Continuamos a jogar com todo mundo que não queria parar até o pôr do sol.
À noite sob um enorme céu estrelado, subimos até onde Adenilson, o filho do cacique, mora. Ele é também o secretário da escola indígena de Koe Ju Porã. Agradecemos a sua hospitalidade e tomamos um banho. Jantamos todos juntos com a família e todos os parentes que o visitavam e nos sentimos verdadeiramente como parte da família. Quando saímos ficamos encantados com o espetáculo da natureza da noite na aldeia. Então que andamos por pequenas ruas da aldeia, e neste clima mágico descobrimos o significado do nome da aldeia em guarani e ao mesmo tempo entendemos e compreendemos o significado: “Koe Ju Porã” “lugar bonito onde nasce o sol” e mesmo os nossos nomes em guarani “Xapatu” e “Yr”. Neste momento nós nos sentimos parte da comunidade. Todo mundo foi à escola onde tomamos um pouco de uma sopa ótima e quente. À noite, na aldeia tão bonita quanto fria, nos esquentamos jogando e dançando com as crianças.
Conversando com “a gente”, descobrimos muitas coisas do cotidiano da aldeia e também fizemos amizade. Descobrimos que a tradição diz que o sangue dos índios é mais vermelho e por isto os índios são fisicamente mais fortes e resistentes. A música continuou até tarde da noite, apenas alguns excessos que não precisariam haver em uma aldeia guarani.
Cansados do dia muito bonito, mas intenso, vimos pela última vez o céu grande e iluminado: o céu da aldeia, e fomos dormir.
De manhã, nos levantamos com o sol quente em frente da escola, mas já estava na hora de voltar, porque nossa carona estava nos esperando, mas já sabíamos que havíamos criado uma forte amizade com as crianças, homens e mulheres que não esqueceremos jamais, tampouco aquele imenso céu. Somente até logo Koe Ju Porã!
Por Stefano Scarpa e Mahio Campanella

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