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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Olhar com os Olhos, sentir com o Coração e Pensar com a Razão

Uma das coisas mais importantes para quem quer ou se dispõe a conhecer, descobrir, viver coisas novas ou culturas diferentes é despir-se de 'pré conceitos', abrir os olhos e o coração, liberar todos os sentidos para a experiência.
Imagino que tenha sido essa a motivação da professora Fernanda Ikulta do Campus da Unicentro de Irati quando desafiou a turma de Geografia a fazer uma vivência com a comunidade quilombola e com a comunidade guarani.
O dia com a comunidade guarani começou cedo, uma viagem de um pouco mais de uma hora, de Guarapuava até a aldeia de Palmeirinha do Iguaçu, onde o grupo do Tembiapo e as lideranças esperavam o grupo, com curiosidade e expectativa, talvez recíproco por parte dos jovens que estavam na viagem.
Perguntando daqui e dali muitas coisas foram reveladas sobre o modo de ser guarani, entre as primeiras, o significado das pinturas decorativas na escola, que fazem menção aos quatro deuses principais enquanto rosa dos ventos.
Depois da escola, uma pequena caminhada subindo o morro e chegando ao Piai, para encontrar a loja de artesanato do Tembiapo da Palmeirinha do Iguaçu. As artesãs ainda um pouco tímidas, mas orgulhosas em poder expor e comercializar suas lindas peças de artesanato com traços tradicionais e também modernos, redesenhando peças de decoração e biojoias. Encantando os olhos dos visitantes.
A parada seguinte foi na Opy'i, traduzida como 'casa de reza', o lugar mais sagrado e importante da aldeia, lá esperavam os visitantes um almoço tradicional preparado com todo carinho para aprofundar o relacionamento entre 'estudantes jiruas' e o modo de vida guarani. No cardápio: canjica com carne de porco (já que a caça não é mais abundante), xarope de mel e mbojape.
Enquanto as xaris e as xondarias (senhoras e moças) terminavam de preparar o alimento, as lideranças da comunidade puxaram uma conversa com os estudantes e com a professora sobre os interesses, responsabilidades que a profissão traz, aflorando um pouco da angustia da comunidade que espera deixar de ser invisível, como hoje é para muitas pessoas e profissionais.
Enfim o almoço, particular e saboroso!
 Para agradecer e mostrar um pouco do que mantém o modo de vida guarani até hoje, as cerimônias e a vivência na opy'i, o grupo cultural, formado principalmente por crianças, adolescentes e jovens, sob a coordenação do sr. João Ribeiro, apresentou cantos e danças, começando por uma de boas vindas e um convite para compartilhar e participar da vida local, passando pelo agradecimento ao grande Nhanderu pela vida e pela experiência.
Despedidas ao sair da opy'i, gostinho de quero mais; aos fortes e resistentes, mais uma pequena caminhada, acompanhados pela jovem Suzana de Quadros até sua casa para conhecer o plantio de plantas medicinais e também a agrofloresta.




A volta ao ônibus, a viagem de retorno. Experiências vividas, algumas mais profundas que certamente influenciarão as escolhas de futuros profissionais, outras talvez mais superficiais que serão esquecidas.
A cada dia construímos nossa história!

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